Assassinato da vereadora Marielle Franco alimenta a teoria da conspiração diante do cenário polÃtico carioca, fluminense e nacional em relação ao PSOL
A vereadora Marielle Franco (PSOL), foi uma mulher que quebrou tabus sociais e econômicos, conquistando seu lugar na polÃtica, através da aplicação dos direitos humanos na luta, defesa e consciência da mulher, em sua maioria pobres, negras e excluÃdas da cidadania. Com 46.000 votos na última eleição na cidade do Rio de Janeiro, fazendo uma revolução na Câmara Municipal, apresentando 20 propostas de projetos de Lei em favor à causa das mulheres e do exercÃcio dos direitos humanos, com 02 projetos aprovados em 15 meses de mandato, ela deixou bem claro que carregava uma bandeira, um ideal, uma ideia e que tinha o foco centralizado para ir mais além, sendo o nome mais forte da nova geração polÃtica da esquerda carioca para suceder o Freixo na ALERJ e no diretório estadual do PSOL.
Decidiram, no plano estratégico do poder polÃtico, que o PSOL do Rio de Janeiro preencherá o buraco do PT dentro do Câmara dos Deputados. O partido passou e ainda está passando por conflitos internos nas últimas 03 semanas. Conforme os bastidores da polÃtica, Marcelo Freixo se candidatará ao cargo de deputado federal, fazendo várias cadeiras na casa com seu universo eleitoral. Na estadual, há uma briga interna pela sucessão, cujo nome indicado era o da vereadora assassinada brutalmente. Tirando o marketing, os achismos e as condenações sumárias do tribunal da imprensa e da opinião pública, todas as conexões em relação ao crime levam à questão polÃtica e a teoria da conspiração. Todavia, decidiram sumariamente culpar a milÃcia, isolar a hipótese de que parte do trabalho dos direitos humanos está ligado à blindagem do tráfico de drogas, quando a leitura lógica de toda situação nos leva à s cenas de combate, onde a pessoa é alvejada pelo fogo amigo, daquele seu companheiro de uniforme, lado e ideologia, que deseja te silenciar e ocupar seu lugar de direito na história.
Trabalhar com os direitos humanos no Brasil é o mesmo que colocar a cara a tapa para todo mundo, porque não faltam abusos e falhas na nossa república hipócrita. A coisa piora quando se entra no território das facções criminosas, cujas conquistas exigem acordos e tratados de trégua, porque vivemos uma guerra civil, que ninguém quer assumi-la, para não assinarem o atestado de incompetência gestora e polÃtica. No Brasil, falar de pobreza, fome e desigualdade social é coisa da esquerda, porque a direita se faz de sonsa e cega para tais temas.
Da mesma forma que eu evito criticar os policiais no exercÃcio da função nobre de nos proteger, eu mantenho a mesma linha sobre os direitos humanos e seus respectivos ativistas, porque a função e o ideal exigem estômago, tendo que lidar com a comunidade, o Estado, a imprensa, as facções criminosas e os barões do pó e, por fim, a sociedade, que faz questão de ficar em cima do muro, por puro comodismo e oportunismo.
Por mais que eu ignore a situação dos Direitos Humanos no Brasil, sua existência é necessária diante das desigualdades sociais, culturais e econômicas, enquanto que o pobre necessita muito mais deste mecanismo do que o rico e o cidadão de classe média, tendo em vista que eles não precisam piscar o farol para entrar em suas comunidades, pedir licença ao traficante para fazer suas coisas, entre outras variáveis intervenientes. Quem iria fazer o serviço da cidadania, quando o Estado fez questão de se ausentar da periferia e dos morros, se limitando à propaganda da UPP do Sérgio Cabral? – É justamente nesse vazio complexo que nasceu o PSOL, contrapondo o PT com sua origem trabalhista e sindicalista.
Por fim, antes que queiram me qualificar como de esquerda ou de direita, atentarei para o fato de que considero a república brasileira um erro e a falência da gestão pública, uma vez que minha essência é monarquista constitucional, que necessita da figura do Monarca (Poder Moderador) para representar a constituição viva e aplica-la nos três poderes, quando necessário. Se tivéssemos um monarca legÃtimo, talvez, não estarÃamos discutindo coisas ultrapassadas e separando a sociedade brasileira entre ricos e pobres, mantendo os mesmos problemas e fazendo o mesmo discurso dos últimos 129 anos.
Por Nadelson Costa Nogueira Junior:.