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PENSAMENTOS

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Hoje, foi a primeira vez que parei para pensar na importância do porta-retratos, pois, até então, não tinha dado a mínima atenção às fotografias e suas representações afetivas.

A maioria dos meus amigos tem porta-retratos no trabalho. Neles, estão as fotografias de seus cônjuges, filhos e demais pessoas queridas. Parece que é uma forma de manterem a pessoa sempre perto. Tal relação, às vezes, se confunde com a idolatria. O mais estranho é que, na cultura cristã, o mandamento diz que devemos amar o próximo como a ti mesmo e a Deus sobre todas as coisas. Mas, eu não tenho a menor ideia de como é a forma e a imagem de Deus. Eu não tenho como colocá-lo num porta-retratos. O máximo que posso fazer, é me olhar no espelho, questionando meus atos e tentando me aperfeiçoar como ser humano.

Foi num desses momentos de autoquestionamento que conclui que deveria ter vários porta-retratos com fotografias do meu pai, da minha mãe, da minha irmã, do meu cachorro e do papagaio. Foi num desses também que constatei que ainda está faltando uma fotografia no meu porta-retratos, a da mulher amada, pois só se sente saudade na ausência, bem como, a carência na solidão.

Eu gostaria muito de completar o meu álbum de família e de ter mais um porta-retratos, porque, no final, o que importa não é a fotografia, mas a emoção que ela transmite. E assim, eu me sento, às vezes, à beira da cama, e fico admirando a fotografia da minha avó, lembrando de seus conselhos e do modo o qual ela viveu… Às vezes choro… Às vezes sorrio… Mas, sem dúvida, sempre fica a marca da saudade, pois, antes, eu tinha uma avó. Hoje, eu só tenho um porta-retratos.

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