Com a apuração finalizada na noite de 15/11/2020, Leandro Peixe foi oficialmente declarado o prefeito eleito com 8.352 votos. A Solange Pereira de Almeida ficou na segunda posição, com 6.766 votos. Mandiocão, com a máquina na mão, ficou na terceira posição, com 5.604 votos. O Aécio Moura, na quarta posição com 4.597 votos. E na quinta posição, Marcos Abrahão com 4.016 votos. Em suma, Mandiocão perdeu quase 08 mil votos, comparando com 2016. A Solange despencou dos votos cristalizados em 10 mil para 06 mil. Por fim, testemunhamos o fim de uma era e o nascimento de outra, onde, literalmente, todos ingressarão com o sentimento da renovação e da aprendizagem no meio de uma pandemia, e cruzando os dedos que o atual governo não deixe o tesouro municipal negativo para o próximo prefeito, que já terá o IPREVIRB e a LOA de 2021 como seus maiores desafios. Todavia, já na transição e na semana do natal, os riobonitenses são presenteados com a notícia de que o próximo prefeito herdará a dívida computada em R$280 milhões, sendo R$222 milhões do IPREVIRB, mais R$58 milhões diretamente ligados ao Poder Executivo.
Com o resultado de Leandro Peixe como o prefeito eleito para o mandato de 2021/2024, tivemos a oportunidade de confrontar diversas variáveis para analisá-las na majoritária: 01 – O Voto Evangélico tem muita força e fez diferença no cenário em 2020; 02 – Embora Rio Bonito tenha mais eleitoras do que eleitores, a questão do gênero não interferiu na hora do voto; 03 – Os Empresários não estão conectados com a sociedade, tratando-se da política, tendo em vista o resultado do Aécio Moura; 04 – Métodos indutivos interferem diretamente no universo eleitoral e nos fluxos na hora do voto; 05 – Rio Bonito não quer a esquerda nem pintada de ouro no Poder Executivo; 06 – O Riobonitense se mobilizou e manifestou o seu desejo pela MUDANÇA na cidade e no interior, com exceção do RIO SECO.
O Padrão matemático das abstenções, somadas com os votos nulos e brancos, foi igual a 11.937, próximo da estimativa dos 12 mil pelas projeções da taxa de crescimento de 2000 até 2016, computando 26% do universo eleitoral de 45.512 eleitores. Em suma, 12 mil pessoas se recusaram a participar das eleições e Peixe ganhou a eleição dentro do universo eleitoral do Mandiocão e da Solange, uma vez que os outros 06 candidatos da renovação somaram 8.439 votos e o Marcos Abrahão ficou com 04 mil votos. Em termos técnicos, a vitória do Peixe não foi somente o sentimento da renovação, mas a destruição dos dois principais grupos políticos de Rio Bonito, de dentro para fora, tendo em vista o realinhamento dos empresários diretamente ligados ao ramo das licitações, com o discurso de que todos são por Rio Bonito e que precisamos nos unir para recuperar o que os governantes anteriores destruíram nos últimos 28 anos, como que se eles não tivessem participado do processo predatório ou fingido que nada estava acontecendo, em nome da política da boa vizinhança ou da garantia da licitação seguinte.
Tecnicamente, Leandro Peixe foi eleito com aproximadamente 18,3% dos votos do universo eleitoral total de Rio Bonito, computado em 45.512, com a diferença de 1.586 votos da segunda colocada, Solange Pereira de Almeida, tornando a eleição municipal de 2020 a mais barata em termos de custos e investimentos, em comparação às eleições anteriores, tendo em vista seu grupo ser pequeno, com a difícil tarefa de ter que buscar a coalização, a governabilidade e de provar aos munícipes de que está preparado para governar, quando a eleição foi vencida de fato pelos 11.937 eleitores, que não aceitaram as opções propostas no pleito eleitoral.
Por fim, testemunharemos o nascimento de um governo novo e frágil, que tem tudo para dar certo e também para dar errado. Tudo dependerá da vontade e da coragem do prefeito de fazer a coisa certa, o que colide com o discurso de querer ficar bem com todo mundo ou ter a aprovação da maioria.
Por Nadelson Costa Nogueira Junior : .
