Casamento é uma campanha constante

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Com raríssimas exceções, as esposas reclamam dos seus maridos, porque, quando namoravam, eram presentes e galanteios de um lado para o outro. Todavia, após o casamento, as coisas mudaram com o transcorrer do tempo, transformando o amor numa verdadeira rotina, que se intensifica com a DST. Calma, meu caro leitor, não estou falando das doenças sexualmente transmissíveis, mas da divisão sexual do trabalho, que se limitava às tarefas do lar no caso das mulheres na década de setenta do século XX, enquanto o homem trabalhava para sustentar a família, se perdendo pelos bares da vida.
A Globalização não se limitou ao rompimento das fronteiras dos países ou à remodelagem da economia, uma vez que o fenômeno alterou a divisão social e sexual do trabalho no mercado e na família, agregando valor ao trabalho feminino, que conquistou seu espaço nas multinacionais e nas estatais, tendo a obrigação de manter as funções de mãe, esposa e de dona do lar antes, durante e após o expediente. Por outro lado, o marido quer chegar em casa e encontrar tudo pronto, num passe de mágica, porque a nossa cultura patriarcal espera a iniciativa e a responsabilidade por parte da mulher, enquanto que o homem vê o reflexo e a imagem da sua mãe no cotidiano do relacionamento, aguardando os mimos e a proteção demasiada, agregando a sexualidade como retribuição e devoção.

Não importa que a esposa seja liberal, conservadora, monarquista, republicana ou feminista, porque ela sempre será àquela donzela frágil, que aguardou o príncipe encantado matar o dragão para beijá-la e viverem felizes para sempre, mesmo diante do fato dela mesma ter se levantado da cama, matado o dragão e ter derrubado o cavalo para garantir o príncipe, porque, no final, ficamos com a impressão dos fatos e nada mais.
O casal precisa entender que o casamento é uma campanha constante, onde as dores, horrores ou sacrifícios precisam ser compartilhados, porque tais palavras só possuem sentido no egoísmo alheio, contrariando a essência da união de duas almas que se tornaram uma e que trouxeram outras almas com seus filhos e netos. É importante manter o sentimento vivo, flutuando entre a difícil fronteira entre o realismo e o romantismo moderno. Logo, deve-se investir no diálogo, no olho no olho, na reflexão, no carinho e no sorriso, porque essa metodologia conquista qualquer eleitor, mesmo quando está aborrecido contigo pelos tropeços na vida.

Por Nadelson Costa Nogueira Junior

8 COMMENTS

  1. A fascinating discussion is definitely worth comment. I believe that you should publish more about this subject, it may not be a taboo matter but typically people do not talk about such topics. To the next! All the best! Hedy Noby Lorena

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