Sono dos Justos

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1960

Chega uma fase da vida, que a gente simplesmente respira, olha para frente e anda. Mas, o tempo traz a experiência e a sabedoria, que aumentam o peso da bagagem sobre o corpo. Então, a gente para, olha, estende a mão ao próximo, dá um sorriso, respira e anda mais lentamente, admirando a natureza e a fantástica complexidade da vida humana.
As pessoas boas doam a caridade, através das ações e das palavras, quase sempre no anonimato e na discrição imperceptível. As pessoas medíocres pouco oferecem ao mundo, e quando realizam alguma coisa, normalmente, é para usar em proveito próprio no futuro.
Com meus quase 40 anos de vida, conheci pessoas maravilhosas, que me ensinaram aquilo que devo ser ou que jamais deverei fazer. Todavia, a mediocridade alheia sempre me desafiou, por tentar auxiliar seu portador de todas as formas possíveis, mas a resposta sempre era a mesma, sem essência, culpa ou remorso. Assim, na retribuição da boa educação, eu dou um sorriso, ou me retiro no silêncio.
Até minha filha nascer, eu me preocupava com tantas coisas inúteis e sem importância, quando ela me ensinou que a família é uma alma dividida em várias partes, que se completam e que alcançam a plenitude. Por fim, a experiência de ser marido e pai me elevou da condição de filho, enquanto que passei a ver a beleza no próximo, com seus talentos e virtudes, porque, no final, se perdermos a esperança com o mundo e o aperfeiçoamento dos vícios, seremos medíocres da mesma maneira que seus praticantes, enquanto que nunca é tarde para recomeçar.
Não importa o tamanho do negativismo, porque o amor inflama no meu peito, enquanto a alma perdoa. No final de cada dia, quero deixar o melhor de mim para meus descendentes, dormindo o verdadeiro sono dos justos, tendo em vista que, quando o coração para, a morte responde, fazendo cobranças e escravizando o espírito.

Por Nadelson Costa Nogueira Junior

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